Timidez Medo
- Erika Ricci

- 2 de fev. de 2020
- 3 min de leitura
A timidez não é um tipo psicológico, não é um tipo de personalidade, a pessoa tímida não foi sempre tímida, não é sempre tímida e não será sempre tímida. A pessoa considera-se tímida e não é tímida sempre. Ela apresenta um comportamento – e um sentimento de timidez – em alguns momentos, em alguns contextos, para algumas pessoas. Sentindo necessidade de desenvolver suas habilidades sociais e sentir-se segura com as suas crenças e ideais. E aqui temos que fazer uma distinção, marcar uma diferença entre dois conceitos: A diferença entre a timidez e a introversão. Durante primeira infância podemos desenvolver duas atitudes possíveis, podendo se voltar mais para o mundo externo ou mais para o mundo interno. Com isto, dois tipos de atitude ou de personalidade são criados: o tipo introvertido e o tipo extrovertido. Se uma pessoa é introvertida na maior parte do tempo, em outros momentos ela será extrovertida e se uma pessoa é extrovertida na maior parte do tempo, em outros momentos ela será introvertida. Uma pessoa extrovertida se volta, frequentemente, para as coisas do mundo, para as coisas externas. Mas, mesmo sendo desta forma, uma pessoa extrovertida pode ser tímida, ou seja, uma pessoa que é aberta para o contato e para a comunicação com a maior parte das pessoas e pode, em certos momentos ser tímida. Uma pessoa introvertida tende a reflexão, mais controlado e retraído (exceto na companhia de pessoas intimas), mais voltado a atividades solitárias e que se processem para seu interior e o mais importante não sente vontade de mudar e sente-se bem desta forma. O que quero deixar claro aqui é que a timidez não é algo imutável e não é um tipo de personalidade como a introversão e a extroversão. A palavra timidez surge da palavra latina timeō, um verbo que significava medo. Existe uma palavra grega, que é também frequentemente relacionada – θυμός (thumos), que significava coração, desejo, alma, vida. Em outras palavras, timidez seria medo. Mas a definição de timidez deve ser a seguinte: – um sentimento de incomodo ou desconforto perto de uma ou mais pessoas; – a dificuldade de falar ou mesmo o silêncio perto de uma ou mais pessoas; – a dificuldade de olhar nos olhos das pessoas que estão ao redor (no mesmo ambiente); Fiz questão de descrever a questão do olhar, pois acontece de as pessoas serem chamadas de tímidas apenas por olharem mais para baixo do que nos olhos das pessoas com quem conversam. É importante trabalharmos essa questão da Timidez a fim de evitar o desenvolvimento uma fobia social (pensando em um quadro grave). E também, aproveitando que a pessoa apresenta disponibilidade e vontade de realizar os avanços propostos conseguindo aos poucos desenvolver novas experiências. Terapeuta e paciente determinam os objetivos da terapia, conforme a paciente vai dando espaço e superando os seus próprios limites. Os objetivos mais comuns incluem a redução da ansiedade antecipatória, sintomas fisiológicos próprios da ansiedade, das cognições negativas que mantêm as crenças disfuncionais, da esquiva fóbica e melhora das habilidades sociais. Esses objetivos devem ser reavaliados ao longo e no final do tratamento. Além de reduzir a ansiedade social, objetiva-se aumentar a auto-estima, ajudando o jovem a ampliar sua confiança na comunicação em situações sociais. O foco do tratamento, cujas etapas contam com participação ativa dos pais/responsáveis, é o aumento do repertório de exposição do jovem às diferentes situações, com várias pessoas e atividades levando a um aumento da sensação de domínio em situações sociais. Por isso, é imprescindível que os pais ajudem o jovem a se expressar em situações diversas com maior freqüência e aumentando conforme forem observando os avanços. Artigo desenvolvido com base em pesquisas pela psicóloga, Erika Ricci CRP 120081/06


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